Formada em Publicidade e Propaganda pelo Centro Universitário FAESA - Vitória/ES, sua prática artística incorpora vários meios, técnicas e escalas. Sua minuciosa pesquisa está centrada no coração, que se conecta tanto aos sentimentos, quanto à anatomia física do órgão, e conta sua história de vida de forma mais ampla na pintura. Sua obra explora os processos complexos da identidade, coletividade e ação dentro de uma sociedade contemporânea e é profundamente influenciada por temas de comportamentos e subjetividades.

Em 2016, Milena precisou fazer uma cirurgia cardíaca. Durante o seu pós-operatório, sofreu de intensa privação do sono, e foi a partir desse momento que iniciou a sua aproximação com as tintas, pincéis e telas. Nesse momento de angústia, encontrou na arte a sua válvula de escape.  

 

Com a evolução do seu trabalho, foi aluna da escola Art Students League of New York e criou maior proximidade e maior intimidade com a arte contemporânea: o uso das pinceladas mais firmes e desconexas, as possibilidades de suportes e a liberdade de criação que são fatores determinantes para a concepção do artista. 

Seus trabalhos dialogam predominantemente com o expressionismo, cubismo, surrealismo e tudo que permeia esses movimentos.

 

“Vertigem na junção, engaste improvável. O fluxo em vias de interrupção à beira do colapso. O trabalho de Milena Almeida funciona como a válvula substituída em seu próprio coração, permitindo que conexões somente visíveis por dissecção possam viabilizar e sustentar, em sístole e diástole, as trocas vitais entre sua arte e o espectador. Partindo dos corações primeiros, Milena incursionou pelo corpo coletivo, dando forma-disforme ao indivíduo inserido em seu meio. A reunião que se fazia compreender subitamente se descontinua em comportamento errático e tendente ao isolamento. A medicina volta a ocupar sua arte por incisão: o corte pandêmico. O retorno à unidade dá nova direção ao pincel, borrando os traços retratados, indicando a perda da referência dessas peças no todo-corpo. Recebida a alta, retiradas as máscaras, o coração de Milena volta a bater, retomando o fluxo dali onde se pensou colapsar. Hematose, sangue novo e fresco.”
Vitor Burgo, Psicanalista.
 

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